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Saiba quais são as tendências e inovações em nutrição de leitões recém-nascidos

Embora diversas tarefas da lida na suinocultura já sejam automatizáveis, a colostragem exige acompanhamento técnico nas primeiras horas de vida do leitão

Em um cenário de crescente demanda por carne suína, a utilização de matrizes de maior desempenho nas granjas de maternidade se torna cada vez mais comum, com leitegadas maiores e o desafio de garantir a nutrição adequada para todos os leitões recém-nascidos. 

O colostro, a primeira amamentação dos leitões, é fundamental para seu desenvolvimento inicial, fornecendo nutrientes essenciais que fortalecem o sistema imunológico. No entanto, em leitegadas grandes, com muitos leitões competindo por um número limitado de tetos, a ingestão de colostro pode ser desigual. 

Na suinocultura, diversas tarefas da lida já podem ser automatizadas. No entanto, na fase de colostragem dos leitões recém-nascidos, o acompanhamento do time técnico é primordial para monitorar, garantir suporte e atenção nas primeiras horas após o nascimento do leitão, período crucial para o bom desenvolvimento do animal.
 

A zootecnista e professora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Inês Andretta, orienta para que as pessoas envolvidas no manejo das matrizes suínas e dos leitões recebam treinamento adequado para tornar o manejo mais qualificado e agradável tanto para o animal quanto para o profissional. 

Diante do desafio de manejo da nutrição de leitões recém-nascidos, novas estratégias, produtos e tecnologias estão sendo desenvolvidos e utilizados para melhorar a saúde e o desempenho dos leitões.

Congelamento de colostro

Congelar o colostro de uma outra fêmea para fornecer a um leitão recém-nascido, é uma estratégia viável, porém mais comum em núcleos de granjas multiplicadoras com animais de alto valor genético.

“É uma opção válida, e sabemos que biologicamente funciona, mas não se pode esperar a mesma efetividade de uma colostragem natural, das mães com os filhotes”, reforça a especialista. 

Para o produtor, o grande desafio seria manter um banco de colostro dentro da granja, por conta do processo de congelamento e descongelamento, que exige tempo e atenção dos colaboradores, além da forma de coletar e entregar o colostro ao leitão. Essa baixa implementação se deve à falta de tempo e mão de obra para essa atividade.

Colostro artificial

A zootecnista explica que há diversos produtos como suplementos energéticos, proteicos, probióticos, disponíveis para essa finalidade. “É importante que a gente cobre de cada produto o que é a função dele entregar. Não devemos cobrar uma ação e resultado que não seja deles”. 

A principal função do colostro para o leitão é a formação da imunidade passiva. Inês reforça que não se deve esperar do produto de suplementação outras funções do colostro.

“É preciso estar atento aquilo que a gente sabe que é o básico e que precisa ser bem feito: o cuidado e atenção com o leitão nas primeiras horas de vida”. 

Estratégia do aleitamento artificial

Ainda de acordo com a especialista, as matrizes suínas mais modernas produzem em torno de 12 a 15kg de leite por dia. No entanto, em algumas fases de criação, com leitegadas cada vez maiores, essa quantidade de leite pode ser insuficiente. Para contornar essa situação, é recomendado um manejo de oferta de ração pré-inicial, conhecido como creep feeding – fornecimento de ração durante o pré-desmame – para entregar nutrientes ao leitão, complementando a nutrição materna. “Essa estratégia ajudará o leitão na adaptação ao processo da desmama, que ocorrerá em breve na vida do animal, e sabemos que é um período desafiador.”

Existem alguns equipamentos para o fornecimento dessa ração líquida. Quanto mais tecnologia os produtores incorporarem na granja, maior será o custo da operação. A zootecnista indica aos suinocultores que avaliem o cenário em que estão inseridos para verificar o quanto de retorno do investimento em tecnologias.  

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