Para impulsionar a competitividade e a sustentabilidade na suinocultura brasileira, a promoção do bem-estar animal se torna cada vez mais essencial. O cuidado com o conforto, a saúde e o comportamento natural dos suínos atende não apenas às crescentes demandas éticas e regulatórias, como também resulta em benefícios econômicos vantajosos para a cadeia de produção. “Produtores que investem em práticas de manejo humanitárias observam melhorias na qualidade da carne, na eficiência produtiva e na redução de custos com tratamentos veterinários. Além disso, o bem-estar animal fortalece a imagem do agronegócio brasileiro no mercado internacional, em que consumidores estão cada vez mais exigentes quanto às práticas sustentáveis e responsáveis de produção”, ressaltou a médica-veterinária, mestre em Ciências dos Alimentos, doutora em Medicina Veterinária em Inspeção de Produtos de Origem Animal e diretora técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Charli Ludtke, durante o Congresso de Avicultores e Suinocultores O Presente Rural, realizado em meados de junho em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná.
De acordo com ela, a busca por melhores práticas na suinocultura brasileira enfrenta uma série de desafios complexos e interconectados. Entre eles a especialista destaca a necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, um fator crítico para mitigar as mudanças climáticas e promover uma produção com práticas mais responsáveis e eficientes; além de fazer a gestão dos resíduos gerados nas propriedades suinícolas. “Isso inclui o tratamento de dejetos líquidos, a destinação adequada de animais mortos, tratamento de efluentes e a transformação dos resíduos em produtos úteis, como biogás e fertilizantes orgânicos”, apontou, enfatizando: “A implementação de sistemas eficientes de gestão de resíduos é importante para minimizar o impacto ambiental e melhorar a sustentabilidade das operações. No entanto, implica custos que devem ser considerados e gerenciados pelos produtores”.
O terceiro fator está relacionado a gestão eficiente da água, a conservação do solo e a utilização responsável de antibióticos, medidas que visam garantir a sustentabilidade da atividade a longo prazo. “A redução do uso de antibióticos, em particular, é essencial para prevenir a resistência antimicrobiana e proteger a saúde pública”, reforça.
Além disso, um manejo nutricional, sanitário e de bem-estar adequado é indispensável para uma produção de suínos cada vez mais sustentável. “O melhoramento genético, que visa a precocidade e a melhor absorção dos nutrientes pelos animais, contribui para uma produção mais eficiente e menos poluente. O balanceamento das formulações de rações, com o objetivo de reduzir a excreção de nitrogênio, também é uma estratégia importante para diminuir a contaminação ambiental”, afirmou.
O quinto fator diz respeito a educação e capacitação contínua de todos os envolvidos na cadeia produtiva. De acordo com a médica-veterinária, investir em treinamento e atualização constante garante que as práticas sustentáveis sejam adotadas de maneira eficaz, contribuindo para a melhoria contínua da produção e para a competitividade do setor no mercado global.
Contudo, a adoção de boas práticas também depende de políticas públicas e regulamentações que incentivem e norteiem a produção sustentável. “As políticas precisam ser claras e oferecer suporte aos produtores, seja por meio de subsídios, incentivos fiscais ou programas de financiamento específicos. A conformidade com essas regulamentações pode gerar custos adicionais, mas também traz benefícios a longo prazo, como acesso a mercados mais exigentes e valorização do produto”, considera.
Aplicar práticas que promovam a saúde única, integrando a saúde de pessoas, animais, plantas e do ambiente, é essencial para atender às exigências de mercados globais. “A suinocultura brasileira se destaca por seu sistema sanitário robusto, com fiscalização rigorosa e confiável, o que é um diferencial competitivo no cenário internacional”, assegura Charli.
Transparência no mercado
Em um mundo cada vez mais globalizado, a diretora técnica da ABCS enaltece que a transparência dos processos produtivos é uma exigência crescente dos consumidores e dos mercados internacionais. “A implementação de sistemas de rastreabilidade e certificações de qualidade são investimentos necessários para garantir essa transparência e construir a confiança dos consumidores”, sustenta, acrescentando: “Não basta apenas produzir de forma ética e responsável, é preciso mostrar isso de maneira clara e acessível”.
A doutora em Medicina Veterinária em Inspeção de Produtos de Origem Animal diz que os custos de implementação das boas práticas na suinocultura são variados e abrangem desde a capacitação de profissionais até investimentos em infraestrutura e conformidade regulatória. Contudo, esses investimentos são necessários para manter a competitividade do setor e garantir a sustentabilidade da produção. “O desafio da suinocultura é demonstrar que seus sistemas de produção são sustentáveis, garantindo biosseguridade, bem-estar animal e transparência. O setor deve ir além das boas práticas agropecuárias e compartilhar responsabilidades para construir um futuro mais sustentável e ético. O papel do produtor é, portanto, central na promoção da sustentabilidade e na melhoria contínua das práticas de bem-estar animal”, salienta Charli.
No entanto, a especialista afirma que o grande desafio da suinocultura é desenvolver sistemas de produção que sejam comprovadamente sustentáveis. Isso inclui garantir a biosseguridade (saúde do rebanho e segurança do alimento), promover o bem-estar animal, e operar dentro de um sistema de fiscalização sanitária confiável e transparente. “O Brasil possui um sistema sanitário robusto. Poucos países têm um sistema de fiscalização tão estruturado como do nosso país, com entidades nacionais e estaduais de fiscalização”, destaca Charli, ressaltando: “A sustentabilidade na suinocultura vai além de práticas isoladas. É necessário compartilhar responsabilidades entre todos os elos da cadeia produtiva. Isso inclui produtores, reguladores, distribuidores e consumidores, todos trabalhando juntos para criar um sistema de produção mais sustentável e transparente”.
Exigências
A suinocultura no Brasil tem avançado de forma significativa em termos de bem-estar animal, estando alinhada com os padrões internacionais estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA). Conforme Charli, a legislação brasileira converge com as diretrizes de bem-estar animal da OMSA, especialmente em relação ao abate humanitário e às práticas nas granjas e no transporte terrestre dos animais. “O Brasil está muito bem posicionado no que diz respeito ao bem-estar animal. Conseguimos alinhar nossas legislações com as diretrizes da OMSA, estabelecendo parâmetros rigorosos para o abate humanitário e as condições nas granjas”, garante Charli.
No Brasil, três legislações estruturam a atividade suinícola, assegurando a qualidade de vida dos animais e a conformidade com os padrões internacionais de bem-estar animal. A Portaria 365 estabelece normas para o abate humanitário, garantindo que os procedimentos sejam realizados de maneira a minimizar o sofrimento dos animais. A Instrução Normativa 113 define as práticas de bem-estar nas granjas, abrangendo aspectos como instalações, comportamentos dos suínos, saúde dos animais, práticas de manejo e procedimentos dolorosos, assegurando um ambiente adequado e saudável para os suínos. A Resolução 1.236 especifica o que é considerado maus-tratos aos animais, proporcionando um marco legal para a proteção dos suínos contra práticas abusivas. “Estas legislações fornecem uma base sólida para o setor, mas o desafio agora é integrar o conceito de saúde única, que abrange bem-estar animal, boas práticas agropecuárias, biosseguridade, uso preventivo de vacinas, saúde intestinal e uso prudente de antibióticos”, aponta a profissional. “Para reduzir e racionalizar o uso de antibióticos na suinocultura, precisamos de uma abordagem integrada que melhore a biosseguridade, alimentação animal, meio ambiente e sustentabilidade, implementando e monitorando programas preventivos nas granjas,” complementa Charli.
Para impulsionar a competitividade e a sustentabilidade na suinocultura brasileira, a promoção do bem-estar animal se torna cada vez mais essencial. O cuidado com o conforto, a saúde e o comportamento natural dos suínos atende não apenas às crescentes demandas éticas e regulatórias, como também resulta em benefícios econômicos vantajosos para a cadeia de produção. “Produtores que investem em práticas de manejo humanitárias observam melhorias na qualidade da carne, na eficiência produtiva e na redução de custos com tratamentos veterinários. Além disso, o bem-estar animal fortalece a imagem do agronegócio brasileiro no mercado internacional, em que consumidores estão cada vez mais exigentes quanto às práticas sustentáveis e responsáveis de produção”, ressaltou a médica-veterinária, mestre em Ciências dos Alimentos, doutora em Medicina Veterinária em Inspeção de Produtos de Origem Animal e diretora técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Charli Ludtke, durante o Congresso de Avicultores e Suinocultores O Presente Rural, realizado em meados de junho em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná.
De acordo com ela, a busca por melhores práticas na suinocultura brasileira enfrenta uma série de desafios complexos e interconectados. Entre eles a especialista destaca a necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, um fator crítico para mitigar as mudanças climáticas e promover uma produção com práticas mais responsáveis e eficientes; além de fazer a gestão dos resíduos gerados nas propriedades suinícolas. “Isso inclui o tratamento de dejetos líquidos, a destinação adequada de animais mortos, tratamento de efluentes e a transformação dos resíduos em produtos úteis, como biogás e fertilizantes orgânicos”, apontou, enfatizando: “A implementação de sistemas eficientes de gestão de resíduos é importante para minimizar o impacto ambiental e melhorar a sustentabilidade das operações. No entanto, implica custos que devem ser considerados e gerenciados pelos produtores”.
O terceiro fator está relacionado a gestão eficiente da água, a conservação do solo e a utilização responsável de antibióticos, medidas que visam garantir a sustentabilidade da atividade a longo prazo. “A redução do uso de antibióticos, em particular, é essencial para prevenir a resistência antimicrobiana e proteger a saúde pública”, reforça.
Além disso, um manejo nutricional, sanitário e de bem-estar adequado é indispensável para uma produção de suínos cada vez mais sustentável. “O melhoramento genético, que visa a precocidade e a melhor absorção dos nutrientes pelos animais, contribui para uma produção mais eficiente e menos poluente. O balanceamento das formulações de rações, com o objetivo de reduzir a excreção de nitrogênio, também é uma estratégia importante para diminuir a contaminação ambiental”, afirmou.
O quinto fator diz respeito a educação e capacitação contínua de todos os envolvidos na cadeia produtiva. De acordo com a médica-veterinária, investir em treinamento e atualização constante garante que as práticas sustentáveis sejam adotadas de maneira eficaz, contribuindo para a melhoria contínua da produção e para a competitividade do setor no mercado global.
Contudo, a adoção de boas práticas também depende de políticas públicas e regulamentações que incentivem e norteiem a produção sustentável. “As políticas precisam ser claras e oferecer suporte aos produtores, seja por meio de subsídios, incentivos fiscais ou programas de financiamento específicos. A conformidade com essas regulamentações pode gerar custos adicionais, mas também traz benefícios a longo prazo, como acesso a mercados mais exigentes e valorização do produto”, considera.
Aplicar práticas que promovam a saúde única, integrando a saúde de pessoas, animais, plantas e do ambiente, é essencial para atender às exigências de mercados globais. “A suinocultura brasileira se destaca por seu sistema sanitário robusto, com fiscalização rigorosa e confiável, o que é um diferencial competitivo no cenário internacional”, assegura Charli.
Transparência no mercado
Em um mundo cada vez mais globalizado, a diretora técnica da ABCS enaltece que a transparência dos processos produtivos é uma exigência crescente dos consumidores e dos mercados internacionais. “A implementação de sistemas de rastreabilidade e certificações de qualidade são investimentos necessários para garantir essa transparência e construir a confiança dos consumidores”, sustenta, acrescentando: “Não basta apenas produzir de forma ética e responsável, é preciso mostrar isso de maneira clara e acessível”.
A doutora em Medicina Veterinária em Inspeção de Produtos de Origem Animal diz que os custos de implementação das boas práticas na suinocultura são variados e abrangem desde a capacitação de profissionais até investimentos em infraestrutura e conformidade regulatória. Contudo, esses investimentos são necessários para manter a competitividade do setor e garantir a sustentabilidade da produção. “O desafio da suinocultura é demonstrar que seus sistemas de produção são sustentáveis, garantindo biosseguridade, bem-estar animal e transparência. O setor deve ir além das boas práticas agropecuárias e compartilhar responsabilidades para construir um futuro mais sustentável e ético. O papel do produtor é, portanto, central na promoção da sustentabilidade e na melhoria contínua das práticas de bem-estar animal”, salienta Charli.
No entanto, a especialista afirma que o grande desafio da suinocultura é desenvolver sistemas de produção que sejam comprovadamente sustentáveis. Isso inclui garantir a biosseguridade (saúde do rebanho e segurança do alimento), promover o bem-estar animal, e operar dentro de um sistema de fiscalização sanitária confiável e transparente. “O Brasil possui um sistema sanitário robusto. Poucos países têm um sistema de fiscalização tão estruturado como do nosso país, com entidades nacionais e estaduais de fiscalização”, destaca Charli, ressaltando: “A sustentabilidade na suinocultura vai além de práticas isoladas. É necessário compartilhar responsabilidades entre todos os elos da cadeia produtiva. Isso inclui produtores, reguladores, distribuidores e consumidores, todos trabalhando juntos para criar um sistema de produção mais sustentável e transparente”.
Exigências
A suinocultura no Brasil tem avançado de forma significativa em termos de bem-estar animal, estando alinhada com os padrões internacionais estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA). Conforme Charli, a legislação brasileira converge com as diretrizes de bem-estar animal da OMSA, especialmente em relação ao abate humanitário e às práticas nas granjas e no transporte terrestre dos animais. “O Brasil está muito bem posicionado no que diz respeito ao bem-estar animal. Conseguimos alinhar nossas legislações com as diretrizes da OMSA, estabelecendo parâmetros rigorosos para o abate humanitário e as condições nas granjas”, garante Charli.
No Brasil, três legislações estruturam a atividade suinícola, assegurando a qualidade de vida dos animais e a conformidade com os padrões internacionais de bem-estar animal. A Portaria 365 estabelece normas para o abate humanitário, garantindo que os procedimentos sejam realizados de maneira a minimizar o sofrimento dos animais. A Instrução Normativa 113 define as práticas de bem-estar nas granjas, abrangendo aspectos como instalações, comportamentos dos suínos, saúde dos animais, práticas de manejo e procedimentos dolorosos, assegurando um ambiente adequado e saudável para os suínos. A Resolução 1.236 especifica o que é considerado maus-tratos aos animais, proporcionando um marco legal para a proteção dos suínos contra práticas abusivas. “Estas legislações fornecem uma base sólida para o setor, mas o desafio agora é integrar o conceito de saúde única, que abrange bem-estar animal, boas práticas agropecuárias, biosseguridade, uso preventivo de vacinas, saúde intestinal e uso prudente de antibióticos”, aponta a profissional. “Para reduzir e racionalizar o uso de antibióticos na suinocultura, precisamos de uma abordagem integrada que melhore a biosseguridade, alimentação animal, meio ambiente e sustentabilidade, implementando e monitorando programas preventivos nas granjas,” complementa Charli.
Prazos de adequação das granjas
A Instrução Normativa 113 estabelece prazos para que as granjas se adequem às novas exigências. Até dezembro de 2021, os produtores tiverem que ajustar a densidade por categorias, incluindo marrãs em pré-cobertura, cachaços adultos em baias, leitões de creche até 30kg e acima de 30kg. “Os produtores precisam ajustar suas instalações, como embarcadouros com inclinação máxima de 25 graus, e realizar a castração cirúrgica com analgesia e anestesia até janeiro de 2030. Além disso, é necessário desenvolver planos de contingência para situações de falta de ração, água ou energia elétrica, bem como treinamentos bienais das equipes, cujas informações devem ser arquivadas por um ano”, detalha Charli.
E ainda, a cadeia produtiva tem até fevereiro de 2031 para adequar o alojamento coletivo de marrãs gestantes, matrizes gestantes ou vazias, e suínos de terminação; e até janeiro de 2045 deve realizar a transição para o alojamento coletivo de matrizes gestantes, eliminar as gaiolas individuais para cachaços e adequar as instalações com pisos compactos e ripados.
Inspeção diária
Charli enfatiza a importância da inspeção diária nas granjas para identificar lesões que possam se agravar, minimizar a necessidade de eutanásia, melhorar os tratamentos e assegurar o bem-estar dos animais. “É nossa responsabilidade garantir sistemas de produção de alimentos cada vez mais sustentáveis”, reforça.
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