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Queda no preço do suíno e alta dos insumos desafiam setor

Cenário reduz poder de compra do produtor e pressiona margens no campo.

Em março, o setor suinícola nacional enfrentou um cenário desafiador diante da valorização do milho e da queda no preço do suíno vivo. No mês, o Indicador Esalq/BM&FBovespa do milho (Campinas – SP) atingiu a casa dos R$ 90/saca de 60 kg, patamar nominal que não era observado pelo Cepea desde abril de 2022.

Segundo a equipe de Grãos do Cepea, o impulso aos valores veio dos baixos estoques de milho e da demanda aquecida. De fato, dados divulgados naquele mês pela Conab indicaram que os estoques iniciais da temporada 2024/25 somavam apenas 2,04 milhões de toneladas – volume inferior às 2,1 milhões de toneladas estimadas em fevereiro de 2025 e bem abaixo das 7,2 milhões de toneladas da safra 2023/24. Esse estoque representava somente 2,4% do consumo anual do milho no mercado interno, estimado pela Conab em 86,97 milhões de toneladas para 2024/25.

Enquanto o cereal apresentava forte valorização, os preços do suíno vivo registravam queda, o que reforçava as dificuldades enfrentadas pelo setor. Suinocultores demonstravam preocupação com a possibilidade de manutenção desse cenário, que poderia comprometer a margem da atividade.

Levantamento do Cepea indicou que, no mercado da região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o animal vivo havia se desvalorizou fortes 3,3% entre fevereiro e março, sendo negociado à média de R$ 8,56/kg no último mês.

Cálculos do Cepea mostram que, considerando-se o suíno vivo negociado na região SP-5 e o milho comercializado no mercado de lotes de Campinas, em março, o suinocultor conseguia comprar 5,76 quilos do cereal com a venda de um quilo do animal – quantidade 11,9% menor do que a registrada no período anterior. Quanto ao farelo de soja, a venda de um quilo de suíno vivo em março permitia a compra de 4,55 quilos do derivado, 2,6% a menos que em fevereiro.

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